É fascinante ver como o talento musical tem casamento
perfeito com a tecnologia....
As meninas dos
vídeos, muito novas, entre 10 e 11 anos mostrando controle, domínio e técnica
em manusear um teclado semelhante aos antigos órgãos Spinets usados ainda hoje em
igrejas e imortalizados pelos músicos do rock progressivo como Emerson Lake
& Palmer, Pink Floyd, Focus... Com seus dois teclados e a pedaleira usual
para controlar os baixos, o instrumento mostrado nos vídeos é da Yamaha e
totalmente aprimorado dispõe de recursos tecnológicos para oferecer
possibilidade e conforto para o músico. Mas o impressionante é o domínio das
duas jovens tecladistas...
Muita dedicação
meus amigos, e sobretudo da família.... No Japão, Korea, os pais das crianças
aprendem música e a tocar junto com os filhos para saber como orientá-los em casa nos
estudos técnicos do instrumento..´
Estudar música é
mergulhar em uma nova linguagem, muito ampla e extraordinária...
Hoje ficar
estudando meia-hora por semana é se perder no vazio; e também ignorar a
tecnologia é fechar os olhos para o mundo atual... A concorrência está
pauleira...
Hoje devido à internet, a informação está muito avançada... Só não aprende a tocar quem não
quer, mas a dedicação tem que ser forte para dominar a habilidade de executar e
assim entendendo da tecnologia tudo fica fácil e bonito....
Vamos tocar pessoal
?
Apreciem sem
moderação....
obs. Após ouvirem as músicas interpretadas nestes teclados, confiram as originais.
Em dezembro de 2012 a uns dias de completar 92
anos, o mundo perdia o compositor e pianista Dave Brubeck. Figura única, criou uma sonoridade ímpar, ampliando os horizontes do
jazz.
"Pianista cutucou o planeta para lembrá-lo de que o jazz existia!"
O álbum Time-Out vendeu
em 1959 nada mais que 1,5 milhão de cópias, sendo o primeiro do gênero a
conseguir esta marca........
Vale a pena conhecer um pouco
mais sobre Dave Brubeck nestes resumos:
Tendo como mestre
absoluto seu professor, o francês Darius Milhaud, Dave Brubeck experimentou
suas inovações e como um grande compositor erudito buscou os gigantes da
música, como Bach, Mozart, Bartok, Stravinsky e também Satie que era mentor de
Darius Milhaud.
O resultado de
todas estas impressões foi uma música Brubeckiana genuína, toda expandida; Nos
confundindo se era jazz ou clássica em muitos momentos. As inovações no jazz
como compassos diferentes e não usuais até então, davam um toque extravagante,
sensual e absolutamente novo e foi assim que nasceu o grande clássico Take
Five:
Em 2002 foi lançado
um excelente documentário que contava um pouco da trajetória de Brubeck e
também marcava seus 80 anos - Redescobrindo Brubeck -
..Aqui suas composições com
coral e orquestra também são mostradas e destaca-se também a importância de
seus filhos mantendo sempre vivo o seu trabalho.
Entre clássicos e
obras imortalizadas no jazz e em todo o universo da música, Brubeck foi um
personagem que mudou a cara do jazz e deu-nos músicas belas e únicas. Suas
composições transcederam os gêneros do jazz!
Assim, nosso blog nesta semana é todo em homenagem a este gigante da música. Confiram seus álbuns e vasculhem no youtube suas performances. Tenho certeza que vocês aprenderão muito e serão apresentados a um mundo belíssimo de sons.
No site abaixo vocês podem conferir toda a discografia do mestre com as indicações de qualidade e o melhor de tudo, ouvir as faixas de cada um deles.
Pedras são palavras
calcificadas,
Poemas sem vazão.
Mesmo cravos pretos, espinhas,
cabelo encravado.
Prisão de ventre poderia um dia ter sido poema.
Mas não.
Pessoas às vezes adoecem da razão
De gostar de palavra presa.
Palavra boa é palavra líquida
Escorrendo em estado de lágrima
Lágrima é dor derretida.
Dor endurecida é tumor.
Lágrima é alegria derretida.
Alegria endurecida é tumor.
Lágrima é raiva derretida.
Raiva endurecida é tumor.
Lágrima é pessoa derretida.
Pessoa endurecida é tumor.
Tempo endurecido é tumor.
Tempo derretido é poema
Você pode arrancar poemas com pinças,
Buchas vegetais, óleos medicinais.
Com as pontas dos dedos, com as unhas.
Você pode arrancar poemas com banhos
De imersão, com o pente, com uma agulha.
Com pomada basilicão.
Alicate de cutículas.
Com massagens e hidratação.
Mas não use bisturi quase nunca.
Em caso de poemas difíceis use a dança.
A dança é uma forma de amolecer os poemas,
Endurecidos do corpo.
Uma forma de soltá-los,
Das dobras dos dedos dos pés, das vértebras.
Dos punhos, das axilas, do quadril.
São os poema cóccix, os poemas virilha.
Os poema olho, os poema peito.
Os poema sexo, os poema cílio.
Atualmente ando gostando de pensamento chão.
Pensamento chão é poema que nasce do pé.
É poema de pé no chão.
Poema de pé no chão é poema de gente normal,
Gente simples,
Gente de espírito santo.
Eu venho do espírito santo
Eu sou do espírito santo
Trago a Vitória do espírito santo
Santo é um espírito capaz de operar milagres
Sobre si mesmo.
...........
- Viviane Mosé é psicóloga e psicanalista,
especialista em elaboração de políticas públicas pela Universidade Federal do
Espírito Santo. Mestra e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Super afinados e de volta. Desta vez temos o prazer de conversar com o jovem músico e baixista, Samuel Chacon. Músico raro, estudioso e um apurado ouvinte, Samuel nos brinda com caminhos para um bom desenvolvimento da escuta musical e da interpretação.
Fico muito contente de trazer pessoas que estão preocupadas com a evolução do aprendizado e sobretudo, preservam e contribuem para a música de qualidade.
Confiram cada detalhe abaixo de nossa conversa e tenho certeza que vocês terão grandes momentos e aprenderão muito.
Satie - Samuel, você poderia contar-nos
como se deu seu primeiro contato com a música? Que horas decidiu ser músico?
Samuel - Antes de tudo, gostaria de agradecer
pela oportunidade. Eu estudei com o Edgard em 2007 quando me preparava para o
vestibular. E foi então que eu comecei a ver tudo de maneira diferente.
Eu “decidi” ser músico logo antes de
entrar no ensino médio, mas penso que a escolha a ser feita não é essa. A decisão
a ser feita é a de viver com a música. E eu escolhi que esse seria o meu trabalho.
Pra mim, ser músico é algo tão maior que tocar (ou compor, etc.) que é difícil
saber exatamente quando entendemos e aceitamos essa situação.
Meu primeiro contato com a música (ou
melhor, com um instrumento) foi ao aprender violão com um músico chamado Thiago
Gaiga, de Poços de Caldas. Lembro-me que ele estava me ensinando a tocar
algumas músicas do Metallica e de como
eu fiquei impressionado em como ele conseguia ouvir a música e tocá-la. Eu não
conseguia entender como alguém poderia ouvir e tocar, sem estudar ou ler.
Satie - Você formou recentemente na
conceituada UNICAMP. Como anda o curso de Música Popular por lá? O que
mudou na sua visão musical?
Samuel - Esse é um assunto bem complicado.
Haha.
O curso da Unicamp tem muitas coisas
boas, mas tem alguns problemas também. Infelizmente, a instituição tem muito
sucateamento e esbarra por diversas vezes em burocracias desnecessárias que
impedem o bom funcionamento da mesma. Tive professores muito bons, de renome
nacional e internacional, mas que muitas vezes não priorizavam o ensino,
ficando muito tempo fora em turnês e sem repor as aulas. Ou que simplesmente
faltavam ou deixavam a desejar em outros tópicos. Havia também a falta de
estrutura física e de equipamentos para o funcionamento de algumas disciplinas.
Mas é claro que não eram todos os
professores e funcionários. Tive ótimos professores que se aplicavam e
dedicavam às disciplinas e demonstravam respeito e apreço pela função de
educador.
Mas mesmo com todos esses problemas
(que, diga-se de passagem, a maior parte das escolas, universidades e
instituições com ensino de música têm) eu adorei o tempo que passei na Unicamp.
Tive MUITO contato com músicos bons e criativos. O ambiente é o que eu mais
sinto falta. Um lugar fértil para ideias e iniciativas, discussões e grupos de
estudo. Repleto de cultura por todos os lados e opções para desfrutar uma boa
música, teatro, cinema ou coisas assim. Esse convívio mudou muito a minha visão
musical. Eu passei a me preocupar mais com musicalidade
do que com qualquer outra coisa. As notas não são importantes. A maior parte
delas só faz sentido dentro do discurso e do gesto musical. A intenção com que
se faz algo é muito mais interessante do que a teoria.
Satie - Contra-baixo acústico ou elétrico?
Qual deles te arremata hoje? Quais são os nomes do baixo em maior destaque
atualmente para você?
Samuel - Essa é fácil. Baixo Elétrico!haha
Eu adoro o timbre do acústico, mas
fui criado no elétrico. Se eu ainda puder ser mais específico, prefiro o fretless (que é um baixo sem os
trastes). Adoro o timbre roncado dele.
Recentemente tive a felicidade de
assistir alguns dos grandes nomes do instrumento em dois festivais (Rio das
Ostras Jazz e Blues – RJ; BMW Jazz Festival – Sp) e todos eles me
impressionaram muito:
No festival de Rio das Ostras eu
assisti os baixistas Victor Wooten
e Steve Bailey;
Arthur
Maia com participação do PIPOQUINHA (por favor, se vocês não
souberem, procurem saber quem ele é)
e o Stanley Clarke.
E em São Paulo, eu assisti o show da Esperanza Spalding,
do cd Radio Society.
Esse show foi o
que eu mais me impressionei na vida. De verdade!
Foi um show extremamente musical. Eu
nunca havia visto nada igual. Não foi um show convencional de Jazz com temas e
improvisos. Além de tocar e cantar muitíssimo bem, ela compõe muito bem. Letras
muito boas, melodias e quase todo o discurso do show é musical.
Mas seguindo adiante, citarei alguns
nomes que são importantíssimos e recomendo muito:
Adriano Giffoni, Avishai Cohen,
Collin
Edwin, Garry Willis, Marcus Miller, Richard Bona, Sean
Malone, Thiago Espírito Santo, Zuzo Moussawer, entre outros tantos.
E claro, existem aqueles que serão
referências sempre: Nico Assunção, Jaco Pastorius e James Jamerson.
Satie - Você saberia escolher três álbuns
que foram fundamentais em sua vida?
Samuel - Eu diria que é difícil escolher,
mas vamos lá:
Zuzo Moussawer – Express
A indicação foi do meu primeiro professor de baixo, o Dinho. Fiquei perplexo com a quantidade de sons que esse cara faz no baixo, diversas técnicas misturadas e até sobrepostas de um jeito absurdo e com uma sonoridade única. Tive muita vontade de aprender a tocar assim e conseguir fazer todos aqueles sons.
Foi o primeiro disco de metal progressivo que eu ouvi e claro, fique impressionado com as técnicas dos músicos, mas acima de tudo porque gostei (e muito) de álbuns com concepção. Isso é algo que me encantou, a forma como o CD parece ter sido composto baseado na música Metropolis Pt. 1. Todo derivado e desdobrado das ideias de uma música só.
Seguindo essa ideia de derivação e desdobramentos, esse disco me impressionou muito e acho que ele complementou a ideia do CD anterior. Adorei como ele foi composto e construído.O jeito como as melodias dançam e voltam e mudam e são as mesmas. A interpretação, improvisos e timbres não precisam nem que eu fale algo. Está tudo lá. Foi esse disco que eu ouvi e pensei: “Quero fazer algo assim!”.
Esse disco foi muito importante pra mim porque foi ele quem me iniciou na vida do baixo fretless. Ao ouvir e me impressionar com a qualidade dos músicos e das músicas, bem como ter a transcrição de todas as músicas, me fez querer muito estudar e analisar cada trecho. Junto com o baixista Robson Baroli, a quem conheci na Unicamp, começamos o projeto BaroliChacon para estudar esses sons juntos. Foi então que eu aprendi diversas técnicas e aprimorei outras no fretless.
Satie - Sei que você viajou bastante e
ainda continua tocando por aí e assim passa por vários estilos musicais. Tem
algum estilo que mais goste de tocar ou se sinta totalmente realizado?
Samuel - Essa
pergunta é mais difícil ainda. Eu gostei muito de todas as bandas que eu
toquei, mas não todos os estilos. Tem alguns que eu simplesmente não me
identifico assim, como o blues. Gosto
muito de ouvir, mas na hora de tocar é outra coisa. Totalmente realizado é mais
complicado ainda. Nós temos sempre que expressar o que queremos com a música,
mas é difícil falar de tudo de uma só vez, sabe? Às vezes, é bom gritar, tocar
alto e rápido, mas tem horas que prefiro tocar uma música lenta e melancólica,
com muitas notas longas, baixo bem grave e com timbre aveludado. Geralmente eu
gosto mais de tocar certas músicas, que certos estilos. Uma coisa é certa, eu
sempre gosto de tocar compassos tortos, principalmente quando ainda há
polirritmia envolvida. hahaha
Satie - Na formação de músico popular é imprescindível
um ouvido mega bom. Que dicas você daria para os alunos treinarem e
conquistarem uma melhor compreensão desta habilidade?
Samuel - Agora
chegamos ao ponto chave. O mais importante de tudo!
.A
primeira coisa que eu posso falar é pra confiar no seu ouvido. Não tenha medo
de tentar tirar uma música, transcrever um solo ou tentar compor. Mesmo que
você não tenha uma base teórica ou técnica, você tem ouvido e isso nos basta
para começar. Sou contra usar afinador sem ao menos tentar afinar no ouvido antes.
Infelizmente, já era tarde quando eu aprendi esse tipo de coisa, por isso usei
editor de tablaturas para tirar músicas durante uns quatro anos. Demorei a
começar a tirar músicas de ouvido, mas quando eu comecei não quis parar nunca
mais.
Hoje
em dia, eu treino de uma forma muito interessante. Eu transcrevo músicas sem
instrumento na mão. Essa necessidade veio das viagens e da otimização do tempo
para tirar as músicas. Eu ia ouvindo os repertórios do show durante toda a
viagem para, no mínimo, decorar as formas e já ir pegando um ou outro riff, groove ou parte da harmonia mesmo.
O primeiro,e mais importante, passo é
ouvir muito.
Outro passo interessante para estudar
percepção é tocar e cantar intervalos. Primeiro eu toco e depois eu canto
(sempre de forma diatônica e depois livremente). Em seguida eu faço tudo junto
(cantar e tocar). Ao final, eu começo a cantar o intervalo antes de tocar e
toco somente para corrigir a afinação. Com o tempo, você consegue parar de
tocar o violão para conferir todas as notas.
Com o tempo, conseguimos acostumar
com os sons dos intervalos e das referências de grau, por exemplo, mesmo que
você não saiba o tom da música, você memoriza (pelo som) os graus daquela
música (I-VIm-IIm-V7-I). Isso facilita muito nosso trabalho na hora de transpor
e de recordar e de entender as funções de cada acorde.
Seja como for, inventando seus
métodos, usando os de outras pessoas, NUNCA deixe de acreditar e confiar no seu
ouvido. E de usá-lo, claro!
Satie - Samuel, o que é música?
Samuel - Essa
pra mim é uma resposta muito mais simples e direta do que muitos pensam:
Música, pra mim, é tudo.
..............
Agradeço imensamente ao Samuel Chacon por esta entrevista super construtiva e definitivamente, mais uma grande aula de música.
Pessoal, não deixem de anotar os nomes e referências que nosso amigo Samuel deixou, e pesquisem pra valer.