Este é sem dúvida um dos temas que mais me intrigam. Como transita a
lógica na arte! E por séculos e séculos ouvimos depoimentos e histórias dos
gênios que rompem a lógica e imortalizam a arte. Vide Van Gogh, Amadeo
Modigliani, Robert Schumann, Erik Satie, entre outros....e o próprio Beethoven!
A maioria dos citados acima tiveram distúrbios de comportamento, seja
ele mental ou mesmo de socialização às regras da vida. Suas obras, gigantescas!
E nesta semana fui buscar uma antiga história que deparei em São Paulo
já alguns anos.
As obras do Sergipano Arthur Bispo do Rosário e toda sua vida
misteriosa e digamos "louca". Produzindo sua vasta arte trancafiado
num hospício.
O tanto que me fascina este desafio do controle na criação. Ter ou não
controle! O segredo da ideia original que persegue o século XX. A ideia pela
ideia, mas que remonta organização e foco interior como todo ato de criar.
No documentário abaixo vocês podem conhecer mais sobre a vida do Bispo
do Rosário.
E neste outro, detalhes e toda a sua obra relatada por críticos de arte e
psicólogos, como vimos um trecho em nosso último encontro.... Assistam inteiro
pois é impressionante toda sua história e a mística que envolve sua criação.
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Num paralelo excêntrico citei a personalidade do Bispo para lembrar
outro artista "exclusivo" que homenageou o artista plástico citado.
Arrigo Barnabé compôs uma missa nos moldes clássicos inspirado neste poder de
produção do Bispo.
E sua linguagem contemporânea converge com a do Bispo e o resultado, uma
música em busca do original pelo original, dando-nos outros aspectos do que
temos como "belo". E para nossa análise fomos ouvir a "valsa
triste" Londrina, numa interpretação primorosa da cantora TeTê Espíndula.
Reafirmo o que falei dos momentos da canção que alterna lirismo, romantismo
e sem dúvida o incômodo uso dos agudos na voz e das dissonâncias na harmonia.
Ouçam como a orquestra organiza os pontos mais belos da canção........e mais
uma vez percebam onde ficam os pontos culminantes da música.
Falei também mais uma vez que a obra musical do Arrigo Barnabé é bem
diferente e variada. Passeia pelo "erudito" e a mpb marginal. Também trafega em
suas releituras o irônico, perverso e o sofisticado. Tem como aliado ótimos
músicos que o acompanham e assim traz sempre uma novidade para aquilo que pode
ser banal.
Traz em algumas épocas caricaturas de samba e bossa nova, mas é na arte
mais intelectual da composição européia - o dodecafonismo e o serialismo - que ele
acerta e inova, mas sempre nos espantando demais a primeira vista. É o caso de
suas obras Clara Crocodilo e Tubarões Voadores! Mas mistura tudo com grande
saudosismo dos tempos antigos das serestas e saraus...
Conferimos também a valsa - A Lenda!
CLARA CROCODILO
TUBARÕES VOADORES
Falar do século XX sempre é um desafio, pois cada criador é um mestre de
surpresas!
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FELIZ VIAGEM À TERRA SAGRADA DOS SONS.............
ABRA A MENTE..............SE ENCANTE!
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