Continuamos nossas
aventuras musicais e assim quis desbravar um pouco do mundo da flauta
transversal. Lembrando que estou seguindo o caminho de intérpretes que ficaram
muito famosos e ajudaram a alavancar a popularidade e o aprimoramento de seus instrumentos.
E ainda, estamos
também a cada encontro tentando pontuar obras que se destacaram por vendagem de
discos ou valor histórico ou ainda pela beleza natural de composição.....
Sem delongas, fomos
falar da importância e do virtuosismo do francês Jean Pierre Rampal, nascido em
1922.
Ele, assim como o
Andrés Segovia no violão, incentivou a produção de obras para seu instrumento e
levou a flauta a um patamar de solista inédito. Tocou no mundo todo e trouxe a
história do instrumento juntamente com seu repertório para as grandes salas de concerto.
Fez transcrições e soube levar o timbre suave e versátil da faluta para outros
estilos musicais........
E depois de já
conseguir fama e reconhecimento, gravou um disco que marcaria pra sempre a
lembrança do timbre da flauta:
- A Suíte para flauta
e jazz trio do também francês Claude Booling.
Esta obra foi algo
revolucionário...........pois unia aspectos de música barroca com jazz e danças
populares..........algo realmente belo e novo. Lançado em 1975 o disco vendeu
muito e tornou-se um campeão de vendas, popularizando demais a obra e seus
intérpretes.
Aqui vocês podem ver e ouvir algumas partes da suite.... Ouçam, pois é de grande beleza:
https://www.youtube.com/watch?v=zKx14ZLtCYI
Lembrando que a
idéia da composição está numa forma muito popular do período barroco, que era a
suíte, que se definia como um conjunto de danças contrastantes.
Aqui temos exemplos
de movimentos rápidos e lentos também se contrapondo e aspectos de danças
inseridos em cada música da suíte.
Vale a pena ouvir a
obra completa...........
Eu destaquei uma
curiosidade, que até os improvisos do piano foram escritos na partitura, dando
uma grande unidade de obra clássica mesmo..........
Cada movimento em
especial tem uma beleza única.
...............
Rampal foi sem
dúvida o flautista mais importante que já tivemos e seu caminho foi seguido
pelo irlandês James Galway, que também continuou a saga de levar a flauta para
patamares de destaque. Além de tocar em orquestras todo repertório erudito,
passeou pela música de cinema obtendo grande popularidade.
O comum dos dois
estava na suavidade do sopro e uma transparência em reproduzir notas rápidas
com perfeição..............Vejam esta transcrição para flauta da famosa peça O
VÔo do Besouro do russo, Korsakov.
https://www.youtube.com/watch?v=LI3wIHFQkAk
........................
O mais interessante
foi que estes dois flautistas levaram a popularidade da flauta para lugares
inimagináveis e o mais interessante era o comentário do Rampal sobre quem seria
o maior flautista do mundo pra ele. A resposta era certeira:
- o brasileiro,
Altamiro Carrilho nascido em 1924.............
Acredito que no
Brasil, todo mundo já ouviu falar do carioca da flauta transversal e do
flautim, Altamiro Carrilho. Foi compositor, improvisador e também um
intérprete fervoroso. Tocando um repertório muito amplo, desde as peças
célebres para flauta, até os clássicos do chorinho e todo o universo popular.
Aqui também
registramos que no Brasil, a flauta transversal sempre teve uma força muito
grande como um dos principais instrumentos solistas das rodas de choro. E nossa
tradição de grandes flautistas, é forte, como Patápio Silva, Benedito Lacerda,
Pixinguinha....
Atualmente saiu um
documentário pela gravadora biscoito fino, muito importante sobre a vida do
Altamiro. Vejam o trailer:
Altamiro morreu em
2012, vivendo e tocando por toda a vida. Foi também um grande responsável por
imortalizar a Flauta Transversal....
Aqui uma das
últimas apresentações dele, tocando a música que é considerada o primeiro choro
da história:
- Flor Amorosa de
Antônio Calado e Catulo da Paixão Cearense.
................independente do instrumento....................a viagem é certa! Pesquisem e vamos rumo ao mundo maior, célebre e sentido, a arte maior dos sons!
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