Dica de Filme! Já nas Locadoras!

"NÃO ACREDITE EM NADA QUE SEU PROFESSOR DIZ! QUESTIONE TUDO!


HANS-JOAQUIM KOELLREUTTER




Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)

Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)
NOVIDADE: https://www.youtube.com/watch?v=NymoG_qNyLY

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Sonata-Forma! Sinfonia Clássica de Prokofiev!

Um dos programas musicais educativos mais interessantes que já vi. Numa série interessantíssima, o trumpetista e compositor Wynton Marsalis juntamente com o maestro Seiji Osawa mostravam os caminhos da "forma" em vários estilos da música clássica e do jazz....

Vale a pena tentar entender melhor como funciona a famosa "Forma-Sonata", embutida nos primeiros movimentos de sinfonias, sonatas, quartetos, trios, etc

Esta maneira de compor tão desafiadora e rica é minuciosamente explicada pelo trumpetista de um jeito muito interessante e criativo....

No youtube vocês encontram outros episódios desta série.

Aprendam mais para obter uma escuta mais proveitosa das grandes obras-primas dos mestres da música, como esta bela Sinfonia Clássica do compositor russo Sergey Prokofiev.




quinta-feira, 19 de junho de 2014

Parede Falante - Machado de Assis --



Um Apólogo


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

BOBBY MCFERRIN - Uma tarde inesquecível!

Neste último domingo dia 01 de junho confirmei um grande segredo.............os Deuses gostam de boa música!

Um dos músicos vivos mais extraordinários se apresentou no Parque Ibirapuera em Sâo Paulo e eu estava lá para assistí-lo com sua banda! Uma chuva se anunciava antes do concerto, mas quando as primeiras notas começaram a soar, o céu se abriu e até ao final do concerto não caiu uma só gota!

Sublime, sem fôlego! Nem sei se há palavras para descrever o show de sutilezas sonoras, a música viva pura que pude ouvir.......................Acho que fiquei sem respirar durante as duas horas quase de apresentação........só no transe musical......Nada de virtuosismo gratuito, música pela música, à flor da pele........e um respeito por todos os integrantes da banda que não via a muito tempo...

Bobby Mcferrin dispensa comentários................ele é um experimentador vocal iniqualável, mas neste show compartilha com seus colegas de banda o que chamo de "Olhar musical..." ...., ele se lança para algum de seus músicos e ali brota uma essência tão forte de sons que vai contagiando a todos.........e o surpreendente é que nesta apresentação a canção é o centro e ela é respeitada em arranjos delicados e primorosos para cada composição em especial.

........com uma banda rara, contando com a presença de sua filha nos backing vocals......pude estar diante de um dos momentos mais importantes da minha vida.............lágrimas meus caros, lágrimas.........cada instante era uma surpresa que roubava meu coração...........impossível narrar.....só a música mesmo pode descrever......o que senti!

....Depois deste concerto.................mais uma vez fico me perguntando!!!!????????!!!!!!! O que fazem por aí todos aqueles que ensinam música por ensinar.....................que não compartilham com seus alunos esta dádiva que é a grande música(dos mestres do jazz e clássicos....)..............?????????..............sei que eles talvez não tiveram oportunidade de entrar neste mundo tão imenso e maravilhoso, mas com toda informação da tecnologia hoje em dia, acredito mais que estes professores tenham preguiça mesmo em procurar, pesquisar............infelizmente os alunos é que perdem.................falo novamente..............dar aulas de música não é ficar dentro de uma sala de aula ensinando notas e tempos, é experimentar algo maior, a música pela música, no seu todo.....é participar de apresentações ao vivo de qualidade, é ouvir e ouvir e ouvir e ouvir e ouvir e ouvir.........e principamente ouvir e assistir estes grandes mestres como Bobby Mcferrin......................

Abaixo um pouco do que vi e nem preciso de fotos, vídeos, para eternizar o momento, está tudo registrado na minha alma e em minha memória................Essência pela essência!

https://www.youtube.com/watch?v=mQonOMRk7Hw