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Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)

Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)
NOVIDADE: https://www.youtube.com/watch?v=NymoG_qNyLY

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Perdido num vulgo ano de 2007! Mulheres Compositoras e Mùsica de Fronteira

Hum.... tempo de grandes reflexões...
Nossa aventura ontem foi em busca dos mundos :
Erudito X Popular !!!!!!! Interessante análise... Investigamos algumas facetas destes horizontes e pudemos continuar conhecendo um pouco de nosso universo - a música brasileira...
Assistimos exclusivamente o encontro inesperado de Hermeto Pascoal e Elis Regina no festival de Montreaux na 
Suiça na década de 70... História pra lá de alucinante.... e música .... é......... é.......... bem.......... "sobrenatural????"

Caminhos interessantes, como disse ontem, Erudito ou Popular ??? Acho melhor.... - música de fronteira ! Como Mehmari, Gismonti, Guinga, Nelson ângelo !!!

Guinga - Age Maria

André Mehmari - Quase um Anjo

Egberto GIsmonti - Palácio de Pinturas - 

Nelson ângelo - 1974

Falamos também do universo feminino. Onde estão as mulheres na música.. ?? Compositoras ???


Apoiados na importância de Clara Schumann, deixo aqui uma curiosa reflexão sobre as mulheres na música !!! Não deixem de guardar este material... E desde já peço permissão ao Estado de Sâo Paulo para republicar este interessante texto.


O exílio feminino na criação erudita
Segunda-feira, 09 de Julho de 2007 às 17h28
O Estado de S.Paulo
'Esta separação temporária deixou claro para mim que nossa situação é particularmente difícil. Será que preciso sacrificar meu talento só para servir como seu companheiro de viagem? E, inversamente, será que você tem que 
jogar seu talento no lixo só porque estou acorrentado à revista e ao piano? ' Robert Schumann estava mais 
deprimido do que o seu normal naquele início de março de 1842. Ele, com 32 anos, largara sozinha a bela esposa Clara, de 23 aninhos, em plena turnê. O estopim foi a recepção à pianista em Oldenburg para a qual Robert 
não fora convidado. As brigas se sucediam, ele reclamando daquela 'indigna situação' e de ela sequer programar peças dele em suas turnês. A coisa não estava mesmo fácil. Mas o fato é que Clara Schumann (1819-1896) teve oito filhos com Robert, sustentou a casa praticamente todo o período de casamento, de 1834 a 1856, 
pagou as internações dele. Deu casa, comida, roupa lavada ao marido e à penca de filhos. E - ia esquecendo - 
ainda encontrou tempo para compor.
Quando se fala em mulheres e música, Clara é a primeira a ser citada. Com justiça - ela foi única na relação
 marido-mulher na primeira metade do século 19. E sua música tem certo interesse, como o público poderá 
conferir no Festival de Inverno de Campos do Jordão no dia 18, quando Sonia Rubinsky será solista do seu 
Concerto para Piano e Orquestra, ao lado da Sinfônica de Campinas. Clara inverteu de modo fulminante a condição da mulher musicista do século 19 para cá. Um rápido exame mostra uma lista de cantoras e pianistas bem grande. Mas quando se pensa nas autoras, o cenário é outro. Muito rarefeito. Atribui-se o fato à repressão, bem mais pesada, contra a mulher como compositora. Como cantora e instrumentista, tudo bem, mas aventurar-se num domínio eminentemente masculino era petulância demais.
As histórias da música em geral recalcam as mulheres compositoras - preconceito que só agora começa a ser enfrentado pela musicologia. No século 18, várias mulheres trabalhavam com música nas centenas de 
pequenas cortes espalhadas pela Europa. Às vezes escondiam-se em pseudônimos para não provocar a fúria masculina. É o caso de uma tal de Miss Philharmonia. Não se tem nenhuma documentação sobre ela, 
a não ser seis divertimentos e seis sonatas, publicados em Londres no século 18. Outra figura rara foi Anna Bon di Venezia,
que trabalhou como cravista na corte de Bayreuth. Encantado com ela, seu patrão lhe 
deu o título de 'virtuosa di musica di camera'. Ana Bon também tocou na orquestra de Esterhazy, 
comandada por Josef Haydn. Escreveu até uma missa e uma ópera, que se perderam. Morreu em 1765.
Fanny Mendelssohn Hensel
, talentosa contemporânea de Clara, não teve tanta sorte, apesar do 
sobrenome também ilustre. Ambas foram compositoras e merecem ser ouvidas com atenção. Porém, só são conhecidas daqueles que se dispõem a ler as biografias de Mendelssohn e Schumann. Fanny 
nasceu em 1805, quatro anos antes de Félix. Juntos formavam o par perfeito ao piano. 
Ela estudou composição com Zelter, o mesmo professor de Félix; casou-se com o pintor Hensel. Chegou a publicar seis lieder com o nome do irmão, mas o restante de suas obras só foi publicado postumamente. A Sony acaba de lançar no mercado internacional um ótimo CD com a pianista Lauma Skride. O prato principal e exclusivo é o ciclo pianístico O Ano - 12 Peças Características, assinado por Fanny. A graça, leveza e adequação de 
sua escrita pianística são incontestáveis.
Episódios de recalques e preconceito com relação às mulheres compositoras continuaram 
ocorrendo no século 20. O genial jornalista e polemista vienense Karl Kraus escreveu, em carta de 1916: 'Hoje Schoenberg veio me visitar (...) mostrei-lhe a Metamorfosi de Dora (poema de Kraus musicado por Dora Pejacevic, amiga de ambos). Ele considera natural que uma mulher não pode ser uma criadora musical, mas mesmo assim elogiou a composição.' É claro que a situação melhorou, a ponto de a grande pedagoga da 
composição européia ser uma mulher, Nadia Boulanger (1887- 1979).
 Depois de a trinca de ouro
 Stravinsky-Prokofiev-Shostakovich dominar a cena russa durante a primeira metade do século, a 
segunda metade tem em mulheres dois terços da atual trinca de ouro: Alfred Schnittke (1934- 1998) 
espreme-se entre Sofia Gubaidulina,
 com 76 anos, e Galina Ustvólskaya (1919-2006).

No Brasil, o século 20 foi pródigo em grandes musicistas. É impressionante a longevidade das três maiores figuras feministas na música brasileira. A soprano Bidu Sayão
 viveu 97 anos, entre 1902 e 1999; a pianista 
Magda Tagliaferro
 pintou os cabelos cor-de-fogo até os 93 (viveu entre 1893 e 1986); e 
Guiomar Novaes
 viveu 83 anos (entre 1896 e 1979). Mas elas são performers, e não compositoras. 
Ainda bem que o Festival de Inverno de Campos do Jordão, antenado, além de convidar 
intérpretes como a pianista Cristina Ortiz ou as musicistas do Trio Eroica, escolheu Jocy de Oliveira
como compositora residente desta edição. Perto de completar 70 anos em 2007, esta paranaense tocou Stravinsky regida pelo próprio, teve obras dedicadas a ela por nomes como Luciano Berio e Iannis Xenakis. E é hoje a mais importante compositora brasileira dedicada à criação multimeios, ou multimídia.
Gestos como este, de escolher a mulher como tema de um festival inteiro, são conseqüência direta da 
emergência do feminismo e dos 'estudos culturais', que felizmente acabaram, de certa forma, com os preconceitos recorrentes na história da música. Sempre haverá os 'porcos chovinistas', gente como o compositor
 americano Charles Ives (1874- 1954), que esculhambava até autores machos sobre os quais pairasse 
a menor dúvida sobre sua masculinidade. Dizia, por exemplo, que Chopin devia usar saias.
Mas, cá entre nós, uma pesquisa sempre ajuda a calar a boca dos preconceituosos. Foi o que fez 
Marianne Hassler, no artigo Biologia e Criatividade, incluído em Il Sapere Musicale, terceiro volume da enciclopédia editada pela Einaudi italiana e coordenada por Jean-Jacques Nattiez (2002, Turim). Ela se perguntou: será que a composição de uma mulher vale menos do que a de um homem?; o método de compor feminino se
 reconhece, por exemplo, no tipo e número dos instrumentos escolhidos?; as mulheres compõem de modo diverso dos homens, ou seja, existe um estilo de composição feminino?; e as mulheres compositoras têm traços de personalidade diferentes dos homens compositores? Todas as respostas são negativas. 
Não é possível estabelecer qualquer diferença marcada. Hassler foi fundo. Para responder à primeira pergunta, 17 rapazes e 13 moças compuseram uma pequena peça; executaram uma peça; improvisaram livremente;
 e improvisaram sobre um tema dado. Quatro especialistas julgaram os resultados sem conhecer os autores. 
Não foi possível destacar nenhum critério composicional tipicamente masculino ou feminino.
Finalmente: há um estilo feminino e um masculino de composição? O psicanalista Carl Jung dizia que o  homem extrai suas forças criativas de sua porção feminina, digamos assim; e que as mulheres fazem exatamente o contrário, ou seja, deixam aflorar seu lado masculino ao criar. Jung considera como qualidades femininas a intuição e o sentimento orientado para o lado pessoal, enquanto as 
habilidades masculinas privilegiam a ordem, o pensamento e a organização. A partir disso,
 espera-se que, ao compor música, os homens tendam para a intuição e as mulheres à racionalização. 
Baseando-se em informações biográficas de Dora Pejacevic (a amiga de Schoenberg e Kraus acima citada), 
Younghi Pagh-Paan e de Alban Berg, as análises concluíram que Dora compunha de modo masculino, 
enquanto Paan e Berg escreviam à feminina (epa). Portanto, também não é possível atribuir um estilo 
composicional determinado ao sexo do compositor.
Resumo da ópera: recalcadas por tantos séculos, as mulheres usaram a bandeira feminista para contar 
uma outra história - a das mulheres na música. Aí o preconceito se inverte, mas o resultado permanece 
distorcido, como aponta o musicólogo Alastair Williams no livro Constructing Musicology (Ashgate,2001). 
Exumam-se cadáveres que mereciam permanecer sepultados, na grande maioria dos casos; deseja-se, no fundo, estabelecer cotas para as mulheres na música, como se faz hoje polemicamente com relação às raças nas universidades brasileiras: 'Virginia Woolf e Jane Austen não precisaram ser exumadas, nem as qualidades 
de sua escrita esperavam ignoradas para serem redescobertas. Mas há poucas, se é que há, mulheres 
compositoras disponíveis para estudo.' É rigorosamente verdadeiro. Garimpa-se, garimpa-se, mas, 
excetuando-se o século 20, são raros os nomes - e menos ainda os realmente consideráveis.
A conseqüência mais importante e benéfica de tsunamis como o feminismo e os 'cultural studies', 
dos anos 50 para cá, foi dar um safanão na musicologia, a disciplina guarda-chuva dos estudos musicais, 
que dormiu no berço esplêndido da música absoluta por séculos. Felizmente, hoje, não dá mais para continuar pensando a música de modo descolado da realidade social, cultural, econômica e política - como teimam em continuar fazendo, de modo anacrônico, diversos departamentos de música das universidades brasileiras, 
sobretudo as mais estreladas (que recusam sistematicamente proposta de teses de mestrado e/ou doutorado envolvendo aspectos sociais da música; por isso, as mais interessantes migram para outros departamentos, como história, literatura e comunicações). A música só ganha significado rebatida contra os panos de fundo citados.
 Claro que é possível descrever a música em termos de estruturas, mecanismos formais ou modelos de 
sonoridade, diz a musicóloga Carolyn Abbate em Unsung Voices (Princeton, 1991). O ridículo, complementa, é 'considerar tudo isso como análise neutra, uma espécie de nível zero da verdade objetiva. Já nos demos 
conta de que este nível zero é um lugar fictício'.
As mulheres, por exemplo. Julgar de modo neutro a produção das (raras) autoras que conseguiram tornar 
públicas suas obras nesse panorama de 'nível zero da verdade objetiva' é, diz com humor Carolyn Abbate, 
'como se a Lolita de Nabokov deixasse de ser a narração de uma história trágica com divertidos episódios pornográficos para se tornar simplesmente uma coletânea de belas palavras'. É o mesmo que faz Stravinsky 
em sua Poética Musical, na qual diz que a música é uma 'linguagem sem nenhum traço de conexão com a sociedade'.

Isso é encarar a música como pura sonoridade, postura anacrônica que dominou o estudo e a sua interpretação nos últimos 200 anos. E que hoje parece, aleluia, datada.

domingo, 6 de novembro de 2016

A Fala da Flauta!

Continuamos nossas aventuras musicais e assim quis desbravar um pouco do mundo da flauta transversal. Lembrando que estou seguindo o caminho de intérpretes que ficaram muito famosos e ajudaram a alavancar a popularidade e o aprimoramento de seus instrumentos.

E ainda, estamos também a cada encontro tentando pontuar obras que se destacaram por vendagem de discos ou valor histórico ou ainda pela beleza natural de composição.....

Sem delongas, fomos falar da importância e do virtuosismo do francês Jean Pierre Rampal, nascido em 1922.

Ele, assim como o Andrés Segovia no violão, incentivou a produção de obras para seu instrumento e levou a flauta a um patamar de solista inédito. Tocou no mundo todo e trouxe a história do instrumento juntamente com seu repertório para as grandes salas de concerto. Fez transcrições e soube levar o timbre suave e versátil da faluta para outros estilos musicais........

E depois de já conseguir fama e reconhecimento, gravou um disco que marcaria pra sempre a lembrança do timbre da flauta:

- A Suíte para flauta e jazz trio do também francês Claude Booling.


Esta obra foi algo revolucionário...........pois unia aspectos de música barroca com jazz e danças populares..........algo realmente belo e novo. Lançado em 1975 o disco vendeu muito e tornou-se um campeão de vendas, popularizando demais a obra e seus intérpretes.

Aqui vocês podem ver e ouvir algumas partes da suite.... Ouçam, pois é de grande beleza:
https://www.youtube.com/watch?v=1acIStlA1sQ

https://www.youtube.com/watch?v=zKx14ZLtCYI



Lembrando que a idéia da composição está numa forma muito popular do período barroco, que era a suíte, que se definia como um conjunto de danças contrastantes.

Aqui temos exemplos de movimentos rápidos e lentos também se contrapondo e aspectos de danças inseridos em cada música da suíte.

Vale a pena ouvir a obra completa...........

Eu destaquei uma curiosidade, que até os improvisos do piano foram escritos na partitura, dando uma grande unidade de obra clássica mesmo..........

Cada movimento em especial tem uma beleza única.

...............
Rampal foi sem dúvida o flautista mais importante que já tivemos e seu caminho foi seguido pelo irlandês James Galway, que também continuou a saga de levar a flauta para patamares de destaque. Além de tocar em orquestras todo repertório erudito, passeou pela música de cinema obtendo grande popularidade. 

O comum dos dois estava na suavidade do sopro e uma transparência em reproduzir notas rápidas com perfeição..............Vejam esta transcrição para flauta da famosa peça O VÔo do Besouro do russo, Korsakov.
https://www.youtube.com/watch?v=LI3wIHFQkAk

........................
O mais interessante foi que estes dois flautistas levaram a popularidade da flauta para lugares inimagináveis e o mais interessante era o comentário do Rampal sobre quem seria o maior flautista do mundo pra ele. A resposta era certeira:

- o brasileiro, Altamiro Carrilho nascido em 1924.............

Acredito que no Brasil, todo mundo já ouviu falar do carioca da flauta transversal e do flautim, Altamiro Carrilho. Foi compositor, improvisador  e também um intérprete fervoroso. Tocando um repertório muito amplo, desde as peças célebres para flauta, até os clássicos do chorinho e todo o universo popular.

Aqui também registramos que no Brasil, a flauta transversal sempre teve uma força muito grande como um dos principais instrumentos solistas das rodas de choro. E nossa tradição de grandes flautistas, é forte, como Patápio Silva, Benedito Lacerda, Pixinguinha....

Atualmente saiu um documentário pela gravadora biscoito fino, muito importante sobre a vida do Altamiro. Vejam o trailer:

Altamiro morreu em 2012, vivendo e tocando por toda a vida. Foi também um grande responsável por imortalizar a Flauta Transversal....

Aqui uma das últimas apresentações dele, tocando a música que é considerada o primeiro choro da história:

- Flor Amorosa de Antônio Calado e Catulo da Paixão Cearense.

................independente do instrumento....................a viagem é certa! Pesquisem e vamos rumo ao mundo maior, célebre e sentido, a arte maior dos sons!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A Força dos Românticos!

Semana passada fizemos uma sondagem nos caminhos que a música vai sendo ampliada à partir de 1800. E é claro muitos compositores se destacaram cada um com sua marca registrada.

Como muitos deles são expoentes deste período chamado Romantismo, mostrei alguns adjetivos que usamos para tentar demarcar e tornar firme na memória um pouco das características musicais destes gênios.... Como por exemplo:

Beethoven - O revolucionário! (Milagre da Música!)
Chopin - O poeta do Piano!
Liszt - O Virtuose!
Schumann - O Sonhador!

Alguns adjetivos podem trazer sempre à memória rapidamente, um pouco do que foi o universo particular dos compositores e eu gosto que cada um encontre o seu adjetivo ou a sua definição para o mundo dos compositores em questão.......e uma dica é também ouvir intérpretes e outros compositores fazendo suas exposições neste sentido.

E para começar nosso encontro relembrei um interessante documentário que foi o vencedor do oscar 2014 na categoria curta-metragem, sobre uma pianista de 110 anos......Alice Sommer...... 

Além da história de vida dela ser um exemplo e nos passar grande emoção, ela define com grande propriedade um pouco do universo destes mestres da música.... Vale a pena rever! É emocionante!

Depois de tamanha emoção................Fomos investigar o texto de meu amigo Ailton Rocha sobre os 3 Bs da história da música. Bach, Beethoven e Brahms! Quem se interessar pode me escrever que envio por email este excelente texto,

E nosso próximo mundo a ser investigado é justamente o terceiro dos Bs, johannes Brahms(1833-1897)...........


E aproveitamos para ouvir trechos de suas obras, que aprofundarei nos próximos encontros...............

Como diz meu amigo, Brahms colocou ordem na casa! E este movimento de sua segunda sonata para violoncelo e piano, é um exemplo de pluralidade em equilíbrio!

Tão belo, fala na alma com muita propriedade! Exato!

Depois das devidas considerações da vida do compositor, assistimos um pequeno documentário

 e citei algumas obras importantes. Depois fomos investigar um pouco mais de perto as tão belas sonatas para violoncelo.

E novamente ouvimos o movimento 1 da sonata in Mi menor op 38, só que agora observando atentamente os temas.......o primeiro mais vigoroso e intenso(0.00) e o segundo mais jovial e sereno(3.02). Abaixo uma gravação histórica...
Reparem o veludo do som que o mestre Rostropovich tira do violoncelo...........

ouçam os outros movimentos

Lembro-lhes que nos movimentos 1 e 3 desta sonata Brahms utilizou temas da incomparável obra de J.S. Bach, A Arte da Fuga
"A Arte da Fuga" ("Die Kunst der Fuge", BWV 1080) é uma obra-prima de Johann Sebastian Bach:
um único tema musical persegue-se, a si mesmo e as múltiplas variações, num diálogo musical intenso desenvolvido a diversas vozes, rico de simetrias, inversões, ritmos e tempos diferentes

Brahms escolheu os exemplos 4 e 13. Bach escreveu 19 peças chamadas de contrapunctus mas deixou inacabado esta obra. 

Ouçam os dois contrapunctus que Brahms usou em sua sonata.

Contrapunctus 4

Contrapunctus 13

A sonata de Brahms é definitivamente uma confissão de amor e agradecimento declarada pelo legado que Bach deixou.......

Cada obra ouvida é um mar de pensamentos, novos caminhos para sentir e seguir. Sempre nos mostram portas magníficas para abrirmos e conhecer as melhores experiências da vida humana.


Tenho certeza a cada investigação que a música de Brahms é sólida e com ela se afirma o termo Música Absoluta!

Boa viagem a todos e força e persistência para vencer a mediocridade que a grande maioria quer nos impor! Preferimos aquilo que nos sublima, na nossa imensa Arte o refúgio certo da grandeza da alma!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Parede Falante - Anoitecer - Carlos Drummond de Andrade

Que as paredes comecem a tremer.;............tanta beleza que ainda há nesta terra....

me quedo, me rendo, me impregno desta maravilha! Obrigado mais uma vez meu caro Drummond!




ANOITECER

A Dolores

É a hora em que o sino toca,
mas aqui não há sinos;
há somente buzinas,
sirenes roucas, apitos
aflitos, pungentes, trágicos,
uivando escuro segredo;
desta hora tenho medo.

É a hora em que o pássaro volta,
mas de há muito não há pássaros;
só multidões compactas
escorrendo exaustas
como espesso óleo
que impregna o lajedo;
desta hora tenho medo.

É a hora do descanso,
mas o descanso vem tarde,
o corpo não pede sono,
depois de tanto rodar;
pede paz — morte — mergulho
no poço mais ermo e quedo;
desta hora tenho medo.

Hora de delicadeza,
gasalho, sombra, silêncio.
Haverá disso no mundo?
É antes a hora dos corvos,
bicando em mim, meu passado,
meu futuro, meu degredo;
desta hora, sim, tenho medo.



© CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
In: A Rosa do Povo, 1945 e
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia Completa. São Paulo: Nova Aguilar, 2002

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e basta, poesia por ela mesma..................mas em tempos de hoje, sou surpreendido por um rapto do poema, em voz que se dirige à canção.............e se torna uma extênsão particular. de Drummond........mais uma vez ressalto aqui o mundo de Zé Miguel Wisnik...........retratando a Balada poética, numa valsa balada se assim posso chamar........mas particularmente iludindo o mundo com outro tipo de beleza, uma destas belezas comovidas-sentinelas.........beleza de poeta para poeta, entregue a corações que querem ainda o ardor da arte.

Que maravilha Wisnik............sua obra enaltece a canção brasileira e afirma o bom gosto de qualidade.

É para se calar, e se perder no silêncio profundo do ouvir...........

...instrumentos servindo com maestria à composição do Gênio.....Pra mim, Gênio que a cada dia me faz perder mais em sua obra...

Então vamos - "Ouviver a música...", como já disse Décio Pignatari...






sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Mùsica Brasileira - ! Hermeto Pascoal, Sivuca e Villa-Lobos
















                                                                                                                                                                                                                                                           
Vamos destacar hoje alguns dos

 grandes altares de nossa terra; em busca do som universal.

...Do grande oceano de Villa-lobos, fomos desaguar nos mestres da chamada "música de fronteira", destacando Sivuca e Hermeto Pascoal. Dois músicos fantásticos que marcaram definitivamente a evolução de toda a nossa música.
http://www.youtube.com/watch?v=E1FwuiVXPqw

Deixo aqui também um outro vídeo onde as linguagens popular e erudita se exaltam. Notem a entrega dos intérpretes.........numa  busca de um único lugar maior.....a música sem limites.

...De Hermeto Pascoal, destaquei o disco Festa dos Deuses, que é um show de criatividade.

Acredito ser de grande importância esta descoberta e valorização da música Brasileira. Tantas personalidades gigantes que nos legaram obras únicas.....

Aos poucos vamos conhecendo estas personalidades e desbravando este Brasil de fora a fora e tenho certeza que vocês se sentirão maravilhados com nossa música.

De Heitor Villa-Lobos ouvimos sua apoteose musical, o Choro 10 - Rasga Coração. 


Villa-Lobos escreveu mais de 1000 obras, explorou amplamente os timbres e as riquezas de nosso país, mas absorveu a música européia como ninguém e o resultado é sem dúvida suas obras. Choros e Bachianas Brasileiras se destacam como o grande carro-chefe, mas temos quartetos de cordas, sinfonias, uma obra para piano vastíssima, duos, trios e outras formações de câmara, canções, música sacra e óperas e o fundamental repertório para violão se firmando como obra definitiva para o legado deste instrumento...

Heitor Villa-Lobos - compositor.......................é assim que devemos começar nossa viagem por este mar sem fim de música; recebam o maestro no âmbito gigante de suas "possibilidades sonoras."

Espero que estes encontros tenham sido interessantes para todos. Uma leve introdução do mundo da Imagem Musical. E que um frequente despertar tenha sido introduzido em vossas experiências dentro do campo da música e da arte..........

Da imensidão do mundo esta música do maestro Villa...

Não percam tempo e boa viagem...........

domingo, 14 de agosto de 2016

O Músico mais russo dos Russos!

...e foi com este título em suspense que fomos investigar quem seria o responsável por esta honra......

E já eternizado a importância de Tchaikovsky para a arte musical e também Rachmaninov, para a crítica musical e também para a história, um outro nome se destaca com um valor ímpar para evolução e importância da música russa. Um compositor bem à frente de seu tempo, preconizando já o modernismo, Modest Mussorgsky(1839-1881)


 foi o escolhido de nossa viagem musical no último encontro.

Três obras são máximas de sua criação e passaram para história como exemplos de beleza e criativade:

A suite para piano - Quadros de uma exposição; A ópera Boris Godunov e o poema sinfônico - Uma noite no Monte Calvo.

Fomos investigar a que seria unanimidade perante público....Uma das obras mais famosas da música clássica, a suite Quadros de uma exposição é sem dúvida um retrato fiel de um "passeio por uma galeria de quadros..."... Depois imortalizado pela orquestração de Ravel, a peça continua conquistando ouvintes e propondo discussões positivas e grandiosas de seu real valor e de sua tamanha beleza..... 

Abaixo deixo um link com um prospecto bem interessante da obra e do compositor...
http://musicascomcultura.blogspot.com.br/2012/06/quadros-de-uma-exposicao.html

Para o deleite sonoro fui intercalando a peça orginal tocada magistralmente pelo também pianista russo E. Kissin e outra na versão orquestral de Ravel.... Ouçam na íntegra, vale a pena conhecer e aprofundar na sonoridade magistral que Mussorgsky nos leva....
Kissin
https://www.youtube.com/watch?v=g8ei1NF0oic

Ricardo Muti - The Philadelphia Orchestra


Não podemos deixar de mencionar que Mussorgsky foi defensor das ideias nacionalistas integrando o famoso grupo dos Cinco juntamente com Cesar Cui(1835-1918)

, Mily Balakirev(1837-1910)

, Nikolai Rimsky- Korsakov(1844-1908)

 e Alexander Borodin(1833-1887).

O Grupo ferozmente combatia a influência da música italiana e alemã na arte russa. Mussorgsky integrou e valorizou os costumes de sua pátria, mas devido á depressão e o vício na bebida viria a falecer bem jovem, deixando inacabada muitas obras geniais...

Hoje criou-se uma grande polêmica nas composições de Mussorgsky, pois seu companheiro de grupo Korsakov teria sido responsável por divulgar sua música, mas deturpando o verdadeiro espírito e também a sonoridade original de cada peça....

A história resgatou manuscritos originais do mestre russo e montagens atuais mostram o teor rústico e moderno que as obras de Mussorgsky  apresentavam na época, mantendo assim as inovações que ele pretendia em música, que infelizmente muitos não entenderam...

Por ser autodidata, até o próprio Korsakov julgou suas músicas como amadoras e cheia de erros graves na estrutura e orquestração.....

Hoje, discute-se se eram erros ou já uma linguagem totalmente moderna...........

Se já o definimos como nacionalista, depois de conhecermos um pouco mais suas obras e sua vida, podemos falar também de sua singularidade na evolução da harmonia e do timbre. Mussorgsky foi um modernista fora de seu tempo. Totalmente incompreendido e taxado de amador, como já falamos; suas obras hoje mostram frescor de gênio.... e acreditamos que ele fazia realmente o que queria....suas ideias eram avançadas...........e não erros..........

Tinha como preocupação principal  valorizar o folclore de seu país!

Fomos investigar um pouco do Poema Sinfônico - Uma noite no Monte Calvo..........A versão que o regente e compositor Stokowski junto com o Walt Disney apresentaram ao mundo no clássico - Fantasia(1940) - é bem interessante e foi baseada numa das versões originais do próprio Mussorgsky.... Confiram.......
http://www.youtube.com/watch?v=30oxAdib5L4

Durante muito tempo a orquestração que Rimsky Korsakov fizera deste poema sinfônico foi a que o mundo conheceu.... Somente a algumas décadas atrás descobriram os manuscritos originais desta obra e também da Ópera Boris Godunov e por agora as orquestras estão tocando estas versões.........apesar de muitos ainda terem resistência ao original devido à "barbaridade" sonora que muitos julgam ter na música de Mussorgsky, o que seu colega Korsakov acabou suavizando em suas revisões...

Fomos conhecer esta impecável apresentação da Filarmônica de Berlim com Cláudio Abbado, tocando a versão orginial do poema sinfônico...
https://www.youtube.com/watch?v=tu1no7hOlSs

Uma Noite no Monte Calvo é um poema sinfônico inspirado no sabbat do conto de Gogol Noite das Bruxas. No Monte Calvo, no Cáucaso, reúnem-se bruxas, demônios, espíritos malignos e almas condenadas, dançando libidinosamente madrugada adentro. Mussorgsky abre a peça com redemoinhos de cordas, e vai introduzindo os convidados numa cavalgada do além que mescla o solene com o debochado. A descrição que acompanhava a partitura era precisa: "Ouvem-se murmúrios subterrâneos de vozes sobrenaturais. Aparições de espíritos das trevas seguidos por Satanás em pessoa. Glorificação de Satanás e celebração da missa negra, o sabbat."



Aproveitei para mostrar a popularidade deste compositor e de suas obras............muitos fizeram versões interessantes, outras extravagantes das peças de Mussorgsky..............

Destacamos a curiosa versão do Quadros de Uma Exposição feita pelo grupo de rock progressivo Emerson, Lake e Palmer...
http://www.youtube.com/watch?v=wSC9jw74LpA

E ouvimos também trechos de outra versão tocada em sintetizadores com sonoridades espaciais típicas do tecladista japonês Misao Tomita
https://www.youtube.com/watch?v=CRJL1I53mCU

A música de Mussorgsky é adorada pelo mundo em suas diferentes versões...............escreveu pouco, mas sua obra é muito expressiva!

Havia comentado sobre o blog do José Eduardo Martins que também gravou a suite para Piano dos "Quadros..." e aqui ele relata com preciosidade esta experiência...vale a pena ler..........É um blog fino, cuidadoso....................
http://blog.joseeduardomartins.com/index.php/2013/06/01/quadros-de-uma-exposicao/

Nosso amigo Ailton Rocha também deixou umas linhas falando de Mussorgsky....

É interessante como o grupo dos Cinco, e mais ainda Rimsky-Korsavov, diziam que Mussorgsky, por desconhecer o 'métier', errava muito. Até mesmo Ravel que orquestrou os 'Quadros' tinha essas ideias. Porém, Debussy, não. Admirava tudo que o russo criou. Hoje, após o sucesso de Boris Godunov na versão original, ninguém mais pensa assim. O que era considerado falha técnica é reconhecido atualmente como genial originalidade. E como são interessantes essas peças, tanto na sequência, como estão na suíte, ou isoladamente. As canções também são ótimas. Tenho uma versão aqui da integral cantada por Boris Christoff, excelente baixo búlgaro. É impressionante a interpretação dele. Se tiver a oportunidade, ouça-o! Gostei muito daquelas na versão para acompanhemento orquestral: "King Saul", "Gopak" e o ciclo "Canções e Danças da Morte", que é obra-prima, no nível da suite 'Quadros de uma Exposição'. Christoff é de um domínio mais do que admirável. Imagina só que ele, um baixo profundo, fez questão de gravar também o ciclo infantil 'Nursery', que são poemas cantados por criança. É de assustar quando, de repente, após aquele vozeirão todo, entra uma voz aguda cantando. É preciso muito domínio da voz. Ouça Christoff. Vale a pena!



Para Finalizar deixo um curioso blog falando de como o Gênio Mussorgsky não fora compreendido em sua época e detalhes de como sua obra fora maltratada....olhem o curioso título do artigo:
O maior crime ético da história da música

viagem sem fim..................naveguem e conheçam este grande compositor mais a fundo!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Prokofiev e o Amor por Três Laranjas!

1891-1953
Com este título super curioso, mais uma vez fomos conferir mais de perto algumas obras super especiais do russo Prokofiev....e entre elas temos uma de suas óperas mais famosas - O Amor por três Laranjas....
Um enredo extraído diretamente da Comédia del arte, baseada na reflexão do italiano Carlo Gozzi para esta interessante história; Prokofiev escreveu o libreto e estreiou nos States com uma música que delineava e ambientava todo o vigor e criatividade que a história propunha...........Apesar da música cantada não ter ficado famosa, algumas partes cairam no gosto do público e formaram a suite(conjunto de peças) - O Amor por Três Laranjas...

São estas as partes: 

1 - Os Ridículos - (começo do prólogo da ópera, com sua desopilante confusão...)
http://www.youtube.com/watch?v=2XwjKIYYIGk&hd=1

2 - Cena infernal: extraída do primeiro ato. É o momento no qual o mágico Célio e a maléfica Fatamorgana jogam cartas circundados por um enxame de diabretes que saltam e gesticulam. Um clima de magia negra, no  começo, dilui-se ante os aspectos grotescos da cena.
http://www.youtube.com/watch?v=DEIxNMhDPKc&hd=1

3 - Marcha: a despeito de sua brevidade, trata-se do fragmento mais conhecido da ópera. Serve de intermédio entre os dois quadros do primeiro ato, quando o príncipe doente é levado para assistir aos divertimentos que deveriam curá-lo. O ritmo é marcado com uma regularidade e uma secura metronômicas, e os timbres das madeiras e do trombone predominam.
http://www.youtube.com/watch?v=7Q0toEhKRWk&hd=1

4 - Scherzo: ainda mais breve, vivo e sempre em movimento, separa, no segundo ato, duas perícipécias da viagem do príncipe em busca das três laranjas....
http://www.youtube.com/watch?v=7VVR6-ZY360&hd=1

5 - O Príncipe e a Princesa: é a única passagem lírica da ópera, no terceiro ato, na qual o príncipe encontra Ninette, a eleita de seu coração. É também o número mais importante da suíte, uma obra-prima de ternura acariciante, traduzida mais especialmente pelas ricas sonoridades das cordas munidas de surdinas...
http://www.youtube.com/watch?v=g3Yiv1Ltgg8&hd=1

6 - A fuga: conclusão do quarto ato, quando os malvados são derrotados e fogem, antes de desaparecer debaixo da terra, final arrebatado com energia e humor.

Para entenderem melhor, leiam o enredo da história...É bem absurdo, mas torna mais especial o desafio de ter musicado-a...

O Amor das Três Laranjas", ópera em 4 atos de Sergei Prokofiev, é mais conhecida e escutada, na forma da suite sinfónica, do que outras raras produções teatrais e escassa discografia operática do mesmo autor. Subiu pela primeira vez à cena em Chicago,a 30 de Dezembro de 1921,sendo o libreto da autoria do mesmo Prokofiev,escrito em francês com a ajuda de Vera Janocopoulos,a partir da fábula "L´Amore delle Tre Melarance" que o nobre Carlo Gozzi escrevera para o carnaval de Veneza de 1761. A fantástica história passa-se num imaginário reino de cartas de jogar, cujo soberano, o Rei de Paus, se vê impotente para travar o definhamento do seu único filho e herdeiro do trono, que padece de destruidora hipocondria... Na verdade, Leandro, primeiro-ministro (e Rei de espadas), deseja o trono e pensa obtê-lo, com a morte do principe herdeiro, pelo casamento com Clarissa, sobrinha do Monarca e segunda na ordem de sucessão.

Entretanto,como se crê que só o divertimento e o riso poderão curar o príncipe e salvar o Estado, cómicos, trágicos, líricos, excêntricos e tolos, todos concorrem com a oferta dos seus estilos e formas de distracção, mas com a sistemática contestação dos ridículos... Finalmente, será uma maldição da fada Morgana, protectora de Leandro, condenando o principe e amar três laranjas, que irá salvá-lo. Do corte de duas laranjas que os homens fazem para matar a sede, saem duas princesas que de sede morrem; mas do terceiro e último fruto surge uma jovem linda, que Morgana ainda tenta transformar em rato, mas que  é restituída ao esplendor da sua graça e casará com o herdeiro do trono, assim o curando e salvando o trono e o país.



A invenção de Prokofiev é algo muito forte... Foi um compositor muito amplo transitando entre o neoclásico e o moderno......Gênio inconfundível!


Aproveitamos também para ouvir um grande exemplo de resgate e leveza da época das luzes, com  sua Sinfonia 1 - chamada de Clássica.... Regência impecável de Gergiev!
https://www.youtube.com/watch?v=vGwW9ecNWEs


Bem, com obras de grande relevância e de belezas, digamos, diferentes do padrão, a obra de Prokofiev se afirma e vai perdurar......a exemplo disso, a famosa Dança dos Cavaleiros do ballet Romeu e Julieta...


Até a próxima pessoal....................a música sem limites é magnífica...............vamos pesquisar e conhecer mais estes grandes gênios e suas obras fantásticas....

domingo, 19 de junho de 2016

Noite Schumanniana!

Ahhhh caros peregrinos....como foi fascinante este encontro............Como é sempre especial falar deste grande compositor da música... Robert Schumann(1810-1856).

Acredito que Schumann foi um dos maiores gênios da história e soube ampliar os valores artísticos que seus predecessores iniciaram...

Tinha em Schubert uma forte admiração e foi sem dúvida, o grande Berlioz alemão. Certificou as revoluções Beethovianas e foi um dos mais intimistas compositores do piano......

Em 1831  começa a lançar sua revista musical inciando aqui toda a história da crítica musical e temos o aparecimento de seus alter egos - Eusébios e Florestan -  justamente na Sonata em Fá sustenido menor dedicada à sua amada Clara composta no mesmo ano.

Ouçam que obra extraordinária:
https://www.youtube.com/watch?v=7-ZrqXG1kEs

Compôs muito, de ópera e obras sacras, peças de câmara, vozes e um universo sem fim para o piano.

Foi um literato musical se assim podemos classificá-lo.......Sua mais conhecida obra, uma singela maestria sonora, e nas mãos de um mestre maior do piano, fica mais especial ainda. Horowitz!!!!
https://www.youtube.com/watch?v=6z82w0l6kwE


Conversamos um pouco sobre a vida e obra de Schumann e experimentamos um pouco de sua música.

Duas obras-primas não poderiam ficar de fora aqui. Seu quinteto em mi bemol maior(quarteto de cordas e piano). Schumann foi pioneiro nesta formação estabelecendo assim umas das mais importantes formações de câmara: 2 violinos, viola, violoncelo e piano. Schumann com certeza se inspirou no famoso quinteto de Schubert - a Truta, só que neste último, a formação se diferencia por ter no lugar do segundo violino, um contra-baixo. 
https://www.youtube.com/watch?v=aA_aNpgdCyE

Seus intérpretes ao piano são muitos e aproveitamos para destacar alguns: Rubinstein, Cláudio Arrau, Martha Argerich, Nelson Freire e tantos outros que discutem este universo Schumanniano como uma das maiores preciosidades que já apareceram no mundo da música....

A outra obra máxima a destacar sem dúvida é o concerto pra piano e orquestra. Aproveitamos pra ver um documentário sobre a pianista Martha Argerich ensaiando com orquestra e fazendo muitos comentários sobre esta obra e o compositor. Depois posso gravar para quem quiser.........Fiquem com a obra na íntegra tocada pela pianista:
https://www.youtube.com/watch?v=zsnPzcc1Zb0

Me identifico demais com o universo de Schumann...........e sempre é um prazer compartilhar com amigos esta preciosidade.

Pra fechar deixarei aqui uma das coisas mais lindas que já ouvi... O adágio da Sinfonia n 2.........E que regência de Claudio Abbado............que suspiros.........que emoção..........canta oboé meu peito de belezas......

Sem palavras.........é para ouvir com a alma entregue.................sem amanhã.............resguardada numa aurora mística do infinito.....

Boa viagem a todos!

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Wendy Carlos - Pelo além das "teclas" Eletrônicas!

Na última segunda fizemos um passeio magnífico ao mundo do compositor, arranjador e intérprete americano, único, Walter Carlos, hoje mais conhecido como Wendy Carlos.


Walter Carlos





Wendy Carlos



Sua história já é um capítulo muito especial na música, mas a contribuição que ela deu para a música clássica é algo assombroso. 

Menino prodígio ao piano, apesar de sempre ter pensado em se destacar como compositor, foi com o lançamento do Álbum Switched on Bach em 1968, tocando a obra de Bach com requinte no sintetizador,  que sua fama tornou-se forte. O disco abriu as portas para vendagens de obras clássicas entre jovens e do público que não admirava este gênero musical. E entre críticos e no próprio meio erudito foi muito respeitado.




Fomos conferir um pouco do sintetizador, precisamente o Moog
https://www.youtube.com/watch?v=usl_TvIFtG0&list=PLeC2WeKvjXcVMeMTBBe4qrOPy8fLfw-Rp

Reparem na sonoridade do instrumento eletrônico recém criado e aperfeiçoado pelo também americano Robert Moog. Abaixo vocês podem entender um pouco mais do que falamos e ouvimos no último encontro:
http://www.tvsinopse.kinghost.net/art/w/wendy-carlos.htm

Neste link acima, vocês vão conhecer seus discos e precisamente na página 2, poderão ouvir várias obras famosas com o som único sintetizado por Wendy Carlos.

Lembrando que a maioria das obras que fazem parte deste álbum eram para vários instrumentos e o que vocês ouvem é tocado em um instrumento só. Wendy Carlos teve que se aprimorar em sistemas de gravação precários da época, reproduzindo parte a parte, instrumento a instrumento. aprimorando timbres e formas de se fazer ouvir claramente a música de Bach.

O resultado foi extraordinário e consolidou o nome do músico como um pioneiro no uso de instrumentos eletrônicos para a música clássica. Outros álbuns foram gravados e a experiência de outros períodos foram experimentados, mas o que definitivamente consagrou a contribuição de Wendy Carlos foi ter feito a trilha sonora do filme Laranja Mecância de Stanley Kubrick em 1972. Reparem na abertura do filme. Ouvimos a marcha original do inglês Henry Purcell(1659-1695) da peça Funeral for Queen Mary 
https://www.youtube.com/watch?v=0WKrAQkP6rU
e depois a versão impactante de Wendy Carlos com motivos de cena.
https://vimeo.com/12223574

Aqui, o efeito de música e cena foram magistralmente combinados e a força da música sobressaiu para justificar o conceito da história de Slanley Kubrick. Outras adaptações exóticas e geniais foram mostradas neste longa, como a adaptação da Nona Sinfonia de Beethoven e também da abertura da ópera Guilherme Tell de Rossini.

Para encerrar, de curiosidade, mostrei um vídeo atual da Wendy Carlos comentando sobre a trilha sonora de outro filme de Slanley Kubrick, O Iluminado. Ela usou um instrumento chamado Circullar Controller para reproduzir a famosa Valse Triste do Finlandês Jean Sibelius.

https://www.youtube.com/watch?v=4hTave2o1_Y

Deixo aqui também um pouco mais deste sintetizador, seu criador e seu maior intérprete:
https://www.youtube.com/watch?v=0z0cbMkOvY0

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No encontro aproveitamos para ouvir várias das obras citadas e de outros álbums de Wendy Carlos. 
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Excertos - Laranja Mecânica - 

Eden - Wendy Carlos - 


Boa viagem a todos!