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Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)

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sábado, 12 de julho de 2014

Perfil - Felix Mendelssohn Bartholdy

Weimar, maio de 1880

Sentado numa poltrona, em sua residência, o velho Goethe acompanhava atentamente a execução elegante e segura do jovem Felix Mendelssohn ao piano. Protestara quando ele havia se oferecido para tocar uma adaptação do primeiro movimento da Sinfonia em Dó menor, de Beethoven. Mas todos os argumentos foram inúteis. Os majestosos acordes vibravam no ar.

Por alguns intantes, o poeta murmurou consigo frases incompreensíveis. Depois, disse em voz alta: "Não chega a comover, apenas desperta assombro". Longa pausa e novos murmúrios. O comentário lhe parecera insuficiente e ele acrescentou: "Mas é grande. É uma coisa louca. Dá até medo..."

Sem dúvida, a sonoridade agressiva do tema inicial dramaticamente repetido perturbara Goethe. Aquela música rompia toda a tradição, num arrebatamento apaixonado que desrespeitava regras e no entanto criava beleza. Estranha, grandiosa e assustadora beleza.

Felix Mendelssohn já não estava tocando. Uma perplexidade semelhante à do poeta devia agitá-lo interiormente. Seu talento  vivo, a vasta e profunda cultura que possuía e sua própria experiência como compositor davam-lhe meios para avaliar a amplitude da revolução que o mestre de Bonn realizara na linguagem musical. Era incapaz de prever suas consequências. Por isto mesmo, o mundo sonoro beethoviano trazia-lhe inquietude.

O século XIX atingira sua terceira década. Mendelssohn estava com 21 anos A percepção de que um novo mundo se estruturava, exigindo novas formas de expressão artística, despertava-lhe ao mesmo tempo interesse e receio. E o filho do rico banqueiro de Berlim, que crescera cultivando padrões do passado e se educara pelos moldes mais tradicionais, sentia-se de certa forma, identificado ao idoso Goethe. Partilhava do seu espanto diante do romantismo musical que nascia.

A contradição entre o amor classicista à medida, ao equilíbrio, à universalidade e o impulso romântico de comunicar-se musicalmente de maneira pessoal, livre e espontânea, sobreviveu em Mendelssohn através de toda a sua existência. Quanto lhe terá custado conciliar um com o outro, ninguém pode afirmar.

Os partidários mais exaltados do romantismo julgaram-no um músico frio, superficial e pouco inventivo. Porém sua obra não confirma esse julgamento. Nela se distingue um artista sensível, voltado para os ideais de sua época, que buscou - e muitas vezes conseguiu - exprimir com gênio, clareza e serenidade as suas próprias emoções, bem como o espírito da Europa que evoluía, propensa a esclarecer cada vez melhor as maneiras de se organizar e progredir.


Jakob Ludwig Felix Mendelssohn-Bartholdy - 1809 - 1847!
Para ouvir................


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texto retirado da saudosa coleção de disco vinil - Grandes Compositores da Música Universal

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