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Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Conversa Afinada... - Sandro Nogueira!

É com muito prazer que inauguramos aqui esta deliciosa coluna:
                        CONVERSA AFINADA.


Entrevistaremos músicos, professores, alunos e personalidades da arte para que eles nos revelem experiências artísticas e de vida que possam nos ajudar a evoluir nos estudos da música e como ser humano.
Começaremos este espaço com o músico, professor, violonista, guitarrista e produtor cultural,
Sandro Nogueira. Lembrando que este ano ele assumiu as aulas de violão em nosso Conservatório e tem contribuído demais para o desenvolvimento cultural e musical dos alunos e da escola. Confiram a entrevista e seja mais que bem-vindo Sandro.
Foto: Fabiano Silva
Satie: Sandro, como a música apareceu em sua vida e quando decidiu ser músico?

Sandro: Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer o convite para participar desse espaço, e parabenizá-lo por manter as ideias e atitudes com a arte, vivas.

Eu ouvia música no colo de minha mãe. Lembro-me que o primeiro disco que pedi para ela colocar para eu ouvir, era um disco da Clara Nunes com uma capa onde a Clara andava na areia da praia. Eu devia ter entre cinco e seis anos de idade. Eu também tinha um disco com canções folclóricas brasileiras voltadas para crianças. Além de gostar de ouvir e cantar junto, minha mãe tocava-o para eu dormir.

Além da música sempre ter estado presente em minha casa, em discos, também tive contato com música quando visitava juntamente aos meus pais, um primo de meu pai, que tinha uma banda e tocava Beatles e repertório da Jovem Guarda, então, eu os assista ensaiar nessas ocasiões, e sempre que pintava uma oportunidade de colocar as mãos em um instrumento, o fazia.

Meu pai sempre tocou violão, e foi ele que me ensinou os primeiros acordes e músicas. Ele me presenteou com um violão quando eu tinha uns doze anos de idade, então, foi ele que me ensinou a tocar. Depois comecei a conhecer garotos que tocavam também e eram meus colegas. Trocávamos conhecimento, repertório, acordes, enfim, meu laboratório inicial foi tocar com meu pai e tocar violão na rua com outros garotos. Nessa época eu morava na Zona Leste em SP.

Até os vinte e um anos de idade eu tocava violão sem a pretensão de ser músico e desde os meus 12 anos,  trabalhei e tive vários ofícios. Ao longo de 10 anos jamais tive prazer em fazer qualquer um dos que experimentei, então gradativamente fui olhando para a música como uma possibilidade profissional, mas não sabia por onde começar. Decidi aos 22 anos que iria me dedicar a trabalhar com música. Comecei a dar aulas particulares e tocar. Isso já tem uns 11 anos e desde então a música em minha vida também é trabalho; mas antes de qualquer coisa, ela é um grande suporte para minha mente e minha alma, e penso que como elemento da natureza, em sua divindade, alimenta grande parte de minha consciência.


 Satie: Gostaria que você citasse suas influências musicais e alguns nomes importantes para a sua formação. 

Sandro: Bom, de início como comentado já, meu pai, Amadeu que me ensinou os primeiros passos. Depois, o som que me chamou atenção foi o da banda Metallica e as bandas Grunges de Seattle dos anos noventa. Posteriormente, a banda Dream Theather, Ozzy com Zack Wilde na guitarra, Bruce Dickinson, Megadeth, Pantera; também ouvi os guitarristas populares Steve Vai, Satriani, Eric Johnson. Steve Morse eu ouvi muito. Também, Greg Howe, Scott Henderson, Hermeto Pascoal, Michel Leme, Arismar do Espirito Santo. Ouvi muito Tom Jobim, principalmente os discos Matita Perê, Urubu e Stone Flower. Ouvi também, Toninho Horta, Romero Lubambo, Andreas Oberg, Debussy e Grieg. 
Desde 2010 tenho curtido ouvir saxofonistas; atualmente: Coltrane, Sonny Rollins, Kenny Garret, Eric Dolphin. Também me influenciaram e continuam me influenciando pessoas com quem toquei ou toco, como Diego Nogueira, Clayton Prósperi, Felippe Oliveira, Juninho Costa, Rodolfo Guilherme, Rubem Farias, Cássio Ferreira, Michel Leme, Roger de Assis,entre outros.

Satie: O que você ouve hoje?

Sandro: A cada semana ouço coisas distintas. Por esses dias estou ouvindo um disco do Kenny Garret chamado Standard of Language 

e uma coletânea do Sonny Rollins.

Satie: Que dica ou conselho você dá para os jovens que estão ingressando neste fantástico mundo dos sons? 

Sandro: Primeiro, ouvir muito e tocar muito pois a música é uma forma de comunicação, e assim como a forma verbal (a fala), ela precisa ser processada como informação, cognição aos sentimentos (ouvir) e transferida como experiência (tocar)... Outra coisa: Tomem cuidado com o senso comum que impulsiona as pessoas a pensarem na música como algo para se entreter com danças ou regar festas a bebidas, ou para ganhar projeção social e grana. A música vivida em sua essência, coloca essas coisas citadas aí, num patamar tão medíocre, que para quem experimenta estar em contato com a vida que ela oferece, fica impossível submeter-se à estupidez e mediocridade da música no senso comum. A percepção de mundo que a essência da arte nos permite ver, sentir, é um elemento que contribui para o desenvolvimento da mente e espírito. Fiquem atentos e valorizem suas escolhas fundamentadas na experiência e não no que a mídia e a maioria das pessoas (obviamente alienadas) impõem como bom. Permitam-se experimentar a música que está fora do foco da mídia.

Satie: Gostaria aqui que você citasse três álbuns que marcaram sua vida.

Sandro: Foram muito mais do que três álbuns, por isso fica difícil responder. Como ainda tenho 36 anos, espero viver para ouvir mais coisas e ficar vidrado em muitas delas. Ao invés de álbuns, falarei de pessoas...
Toninho Horta
Michel Leme

Satie: Você poderia nos falar um pouco sobre sua atividade atual no mundo da música?

Sandro: Primeiramente, ouço música e toco. Componho alguns temas, estudo harmonia, improvisação e repertório. Manter um repertório na mente não é fácil e assim procuro desenvolver sistemas de estudo e vivência de música que me proporcione acumular nesse sentido.
Também sou educador e por força das circunstâncias culturais vigentes, mais que notáveis, sou ativista cultural, pois se formos depender dos gestores públicos para o desenvolvimento cultural, já sabemos, vide os calendários de eventos que eles promovem em nossa região - o mais puro lixo da indústria do entretenimento. Salvo, algumas exceções.


Meu blog:
Tenho um programa chamado Casa da Música na Univás FM –Rádio e web rádio.
  
Satie: Responda: O que é "Mùsica..."?

Sandro: A música é uma descoberta pessoal, assim como a relação da consciência com o universo (Deus). Não sei como resumir a música em uma forma verbal, posso tentar, já deixando claro que é uma resposta limitada, então, para mim ela é uma forma de viver, de expressar, onde a linguagem verbal não alcança; é uma forma de auto-conhecimento, de expansão da consciência, de flertes com a divindade que nos faz "um" com o universo em todas suas dimensões.

Para finalizar, gostaria de parabenizar ao Edgard por todo empenho, dedicação e comprometimento com a arte em sua essência, e por ser um importantíssimo contribuinte...

Obrigado pela oportunidade de partilhar! Apareçam nos sons, vocês são todos muito bem-vindos! 


Abraço a todos!
...
Aqui, a música, com Sandro Nogueira.
...

Sandro, agradeço imensamente vossas palavras e tenho certeza que inauguramos um importante espaço do blog para o compartilhamento da arte.
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Fiquem ligados e aguardem nossa próxima Conversa Afinada.


7 comentários:

  1. parabéns Sandro.........ótima entrevista...

    Paulo Reis.

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  2. Paraabens Sandro...a sua entrevista ficou D+++, vc soube dar o seu recado, e isso e importante pelo menos pra mim que sou uma aprendiz de piano e a sua historia de vida e mais um estimulo e ao mesmo tempo incentivo para a gente, que somos alunos e que gosta dessa arte maravilhosa que a Musica, que devemos caminhar...... encontraremos obstaculos..mas nao devemos desistir, afinal a VIDA e faculdade da nossa existencia. E mais uma vez parabens!
    Bia

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  3. Paarabens Sandro!!! execente entrevista!

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    Respostas
    1. Quem estiver a fim de manter contato, trocar ideias e ir aos sons que faço... Esse é meu endereço de Facebook e por aqui divulgo os sons, aulas e mantenho contato com quem está a fim de música... Abraço!

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