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Suite Brasileira para Violoncelo e Piano (Mehmari)

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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Parede Falante - Beethoven por Drummond...

Gostaria de compartilhar com vocês esta fabulosa poesia do Drummond.  É sobre o gigante Beethoven, suas obras sem iguais - Sinfonias, Sonatas, Quartetos e seu andamentos. - O que diriam os especialistas sobre os "adágios"(movimento lento) de Beethoven? - Um suspiro da eternidade ?
Como o Edgard diz, Beethoven não é clássico, não é romântico, Beethoven é Sublime, um cavalo a todo vapor em direção 'a imortalidade.

A dica essencial é ouvir a música do mestre.. com ela somos melhores como seres humanos. E o Drummond sabia muito bem disso.

 Música infinita a todos...

Robert
  
Beethoven
   
Meu caro Luis, que vens fazer nesta hora
de antimúsica pelo mundo afora?

Patética, heróica, pastoral ou trágica,
tua voz é sempre um grito modulado,
um caminho lunar conduzindo à alegria.
Ao não-rumor tiraste a percepção mais íntima
do coração da Terra, que era o teu
urso maior uivando a solidão
aberta em cântico: entre mulheres
passando sem amor.
Meu rude Luis,
tua imagem assusta na parede,
em medalhão soturno sobre o piano.
Que tempestade passou em ti e continua
a devastar-te do limite
em que a própria morte exausta se socorre
da vida, e reinstala
o homem na fatalidade de ser homem?
  
Nós, os surdos, não captamos
o amor doado em sinfonia, a paz
em allegro enérgico sobre o caos,
que nos ofertas do fundo
do teu mundo clausurado.
nós, computadores, não programamos
a exaltação romântica filtrada
em sonatino adágio murmurante.

 Nós, guerreiros nucleares não isolamos
o núcleo de paixão de onde se espraia
pela praia infinita essa abstrata
superação do tempo e do destino
que é razão de viver, razão florente
e grave.

Tanto mais liberto quanto mais
em tua concha não acústica cerrado
livre da corte da contingência, do barroco
erguendo o sentimento à culminância
da divina explosão que purifica
o resíduo mortal, a angústia misera,
que vens fazer, do longe de dois séculos,
escuro Luís, Luis luminoso
em nosso tempo de compromisso e omisso?

Do fogo em que te queimaste,
Uma faísca resta para incendiar
corações maconhados, sonolentos,
servos da alienação e da aparência?

Quem comporá a Apassionata do nosso tempo,
quem removerá as cinzas, despertará a brasa
quem reinventará o amor, as penas de amor,
quem sacudirá os homens do seu torpor?

Boto no pickup o teu mar de música,
Nele me afogo acima das estrelas.

 

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